A TAM pode estar com os dias contados. Pelo menos é isso que se
percebe a partir da entrevista do principal executivo da Latam, Enrique
Cueto. Em entrevista à revista chilena Capital ele, o ideal é que haja
apenas uma marca no grupo e a unificação entre TAM e LAN ocorra em um
prazo de três a cinco anos.
Político, ele evitou dizer com todas as
letras qual das duas vai permanecer, mas dada a participação acionária e
a composição da diretoria não é difícil saber que os chilenos dão as
cartas na Latam. Aliás, o próprio Cueto dá uma dica de que apenas a LAn
ficará ao afirmar à revista que no futuro os chilenos que voarem TAM
terão a impressão de estar em um avião da LAN.
“Nós
não sabemos como ficará. A questão da marca é o tema final (do processo
de fusão). O primeiro é ir trazendo nossas propostas de valor. Ao longo
do tempo, o ideal é ter uma marca, mas isso implica uma promessa”,
afirmou Cueto. Segundo ele, o prazo para a unificação é de três a cinco
anos. “Hoje estamos unindo as redes, mas não me peça que em um ano
transforme duas companhias em uma só. Primeiro, porque eu não posso
fazer isso fisicamente e, segundo, porque eu tenho que mudar a cultura”.
O
chefe da Latam explicou um pouco dessa dificuldade em unir duas
companhias consolidadas, que apresentam diferenças importantes entre si:
“A TAM tem um sistema de reserva, que é o seu centro nevrálgico e a LAN
outro, dois sistemas que não conversam. De repente, chega um passageiro
TAM e quer emitir uma passagem com o sistema LAN, algo que não pode ser
feito hoje. Unificar o sistema de reservas é como fazer um transplante
de coração: se prepara com anos e se busca a data adequada, neste caso,
aquele que não se enquadre com ou Copa do Mundo ou com as Olimpíadas”.
Cueto salientou que ainda não há data e nem está definido se será
mantido o sistema da TAM ou da LAN.
Com relação aos serviços das
duas companhias, ele destaca que a tendência é de padronização ao longo
de tempo até que a experiência de voar LAN ou TAM seja a mesma: “Em
termos de serviço (LAN e TAM) estão cada vez mais a
padronizadas. Estamos tornando iguaiso interior das aeronaves e no
sistema de entretenimento a bordo são os mesmos 120 filmes. Em cerca de
quatro anos, os passageiros vão entrar em um avião – seja pintado LAN ou
TAM – e os assentos serão iguais”.
Hub em Guarulhos
Com
relação ao futuro da companhia, o comandante revela que a estratégia da
Latam é fortalecer o aeroporto de Guarulhos como um hub de voos
internacionais. Há algum tempo chegou-se a cogitar a criação de um novo
centro de operações no Nordeste do Brasil, mas parece que pelo menos o
plano foi abandonado.
“Nossa principal estratégia é fazer de São Paulo um centro de conexões internacionais. Isso permitirá que os passageiros cheguem a um bom terminal e possam rapidamente se conectar a muitos destinos. Queremos fortalecer este hub e seguir crescendo com nossas operações dentro da América do Sul”.
Confira a entrevista completa no site da revista Capital (em espanhol)
Nenhum comentário:
Postar um comentário